domingo, 4 de abril de 2010

Ensinar Química

A Química mudou muito nos últimos tempos. As divisões clássicas em química analítica, química orgânica, química inorgânica, química física, bioquímica, etc., sofreram evoluções, falando-se hoje mais em ciência dos materiais, nanotecnologia, química computacional, química ambiental, por exemplo. Novos processos de síntese laboratorial e de produção industrial emergem da necessidade da descoberta de novas substâncias para fins específicos, o que leva, desde logo, a uma maior interacção entre a Química e a Engenharia Química (Ribeiro-Claro et al., 2004).

Ora, do que se referiu, a imagem escolar da química não poderá estar alheia aos avanços do conhecimento científico, pelo contrário, deverá estar a par desses avanços. Por outro lado, as novas orientações, resultado da investigação em educação, apontam para que os conceitos científicos, ao nível da ciência escolar, sejam enquadrados num leque vasto de competências, atitudes e valores, e também que os mesmos se englobem numa visão interdisciplinar e transdisciplinar. Assim, os alunos deverão ter oportunidades para investigar, avaliar e decidir sobre questões sociais relacionadas com as ciências, o trabalho cooperativo deverá ser incentivado, a avaliação deverá ter um carácter formativo e educativo.

A importância da História das Ciências e a compreensão dos contextos socioculturais onde emergiu a produção de leis e teorias científicas poderá ajudar os alunos à construção de uma visão mais humanista de ciência e dos cientistas (Ribeiro-Claro et al., 2004).Importa que os alunos percebam que a investigação científica não é um trabalho isolado, mas sim um trabalho de várias pessoas e que muitas vezes têm surgido, no percurso da história, obstáculos ao desenvolvimento das ciências.

A educação não formal, poderá fazer aumentar o interesse pelas ciências, alargar horizontes, tais como a exploração de exposições científicas, museus e instituições.

A atenção aos problemas do futuro, no sentido de um caminho para um desenvolvimento sustentável, e a selecção de alguns aspectos que contribuam para transformação da imagem pública negativa das ciências, são, sem dúvida, pontos importantes que o professor deverá integrar na orientação da sua planificação didáctica.

Referências bibliográficas:

Ribeiro-Claro et al. (2004). Educação em Química e ensino de Química – Perspectivas curriculares. Revista Sociedade Portuguesa de Química, 095 (042), 42 – 45.



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